segunda-feira, 10 de maio de 2010

aos poucos aparecendo dados...



helena chaves foi aluna do profe brilhante:

Encontro um antigo recorte de jornal, puído, amarelado, meio roto. Trinta anos? Um pouco menos? Lá está o Professor Brilhante, já velho, de boina, cavanhaque branquinho, cabelos longos, nas escadarias da Igreja Nossa Senhora do Rosário. Quem mais? Alunos; e dentre eles, eu, jovenzinha, expectante, me iniciando nas artes. Francisco Brilhante foi o meu primeiro professor de pintura. Era famoso em Porto Alegre. Tinha um currículo invejável, estudou com os melhores, retratou meio mundo, que suas figuras guardavam vida, e pintou delicadas paisagens não menos verdadeiras... uma bela obra. Porém, veja só, dentre tantas imagens de tanta coisa sem importância na internet, não se consegue uma fotografia sequer dele que, a par da obra de inegável importância artística, virou personagem da cidade. Nossa memória anda puída, amarelada, rota.

Helena Matte Chaves(sou aquela jovenzinha de bata branca, junto ao cavalete com o quadro, à esquerda da foto)

sexta-feira, 7 de maio de 2010

dados sobre o Professor Brilhante no Correio do Povo 31 de março 2001

http://www.correiodopovo.com.br/jornal/ftarde/N70/html%5Ccapa.htm
As pessoas que circulavam nas proximidades da Vigário José Ignácio do início da década de 60 e meados da de 80 provavelmente lembram de um homem que exercia seu ofício sob os arcos da Igreja do Rosário. Baixo, com barba e cabelos escassos e brancos, sempre com uma boina colocada displicentemente sobre a cabeça. Francisco Brilhante tinha uma função diferente da que as floristas que ali estão hoje: retratava as pessoas que por ali passavam. Para lembrar o talento do precursor dos pintores de rua de Porto Alegre, a Associação dos Artistas Plásticos Expositores da Feira de Sábado no Brique da Redenção vai prestar sua homenagem àquele que acrescentou mais poesia à memória da cidade, no centenário de seu nascimento, comemorado em 2 de abril próximo.
A entidade foi criada em fevereiro de 2001, com o objetivo de congregar os artistas que trabalham na feira da avenida José Bonifácio, que funciona todos os sábados, das 9h às 16h. Fazer a relação entre estes profissionais e a comunidade, promover eventos para divulgá-los e arrumar novos mercados também são as metas da associação, que possui dez expositores de artes visuais, de um universo total de 200, que mostram diferentes produtos naquele local. Sua sede está localizada na avenida Cristóvão Colombo, 2006/301 e atende pelo telefone (51) 222-7589.

Neste ano, a associação pretende organizar uma retrospectiva com a obra de seu patrono, tentando resgatar seus quadros, contando com o apoio das pessoas que detêm seus trabalhos. Na próxima segunda-feira, será rezada uma missa, às 18h, na Igreja Nossa Senhora do Rosário, com a presença de familiares e artistas de rua.

Filho de portugueses, Brilhante se formou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal, em 1920, em Porto Alegre, sua cidade natal. Seguiu para o Rio de Janeiro para completar seus estudos, na Escola de Belas Artes, custeando seus estudos e sustento através das pinturas que fazia nos jardins da Quinta da Boa Vista. Falecido em 1987, deixou um legado estimado em mais de 40 mil quadros, espalhados pelo país. Entre as inúmeras personalidades que retratou, constam nomes como Pinheiro Machado, Washington Luís, Borges de Medeiros, Getúlio Vargas, Ildo Meneghetti, Monteiro Lobato, Erico Verissimo, Mario Quintana, Pedro Weing'rtner e Athos Damasceno Ferreira.

Nas escadarias da Igreja do Rosário permaneceu durante 25 anos, utilizando, além da calçada, as dependências da casa paroquial, onde mantinha um ateliê para ministrar aulas. Os retratos que pintava na rua eram feitos, muitas vezes, com ausência de modelo, baseando-se apenas em uma pequena foto 3x4. Com estilo considerado 'parisiense', realizou incontáveis exposições na Capital e no Interior.

Para a presidente da Associação Francisco Brilhante, Miriam Palazzo, o artista representa 'uma imagem poética de Porto Alegre, meio perdida no tempo'. Na sua opinião, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) deveria ter no seu acervo obras do precursor dos pintores de rua de Porto Alegre


Brilhante, a nostalgia de um traço

Francisco Brilhante nasceu no dia 2 de abril de 1901 e aos 12 anos já manifestava seu gosto pela pintura, quando desenhava para dois jornais humorísticos da época, o Bem-Te-Vi e o Sova. Na Escola de Belas Artes foi aluno dos mestres Libindo Ferrás e Francis Pelichek. Depois de formado, foi para a capital carioca, onde permaneceu por quatro anos, para aperfeiçoar os estudos.
De volta a Porto Alegre, começou seu trabalho junto a parques e praças, fixando-se finalmente na Igreja do Rosário. Aos 33 anos casou-se com Edelmira Posada, estabelecendo-se no bairro São Geraldo, com os filhos Domingos e Ivaniza. Viveu por mais de 30 anos numa modesta casa, na rua Pernambuco: 'a pintura não me deu dinheiro, vivo com muito pouco, mas em compensação, trabalhar da forma como escolhi me ensinou a viver e a conhecer os homens', costumava dizer. Apesar de popular, manifestou sua mágoa, várias vezes, por não ter o apoio das autoridades gaúchas responsáveis pela cultura.

Em 14 de julho de 1987 morreu em decorrência de problemas broncopulmonares e de infecção renal. Suas telas foram parar na Argentina e na Itália e um documentário de sua vida, nos Estados Unidos. Integrante da paisagem portoalegrense, empresta seu nome ao espaço localizado em frente ao McDonald's da Rua da Praia. A área é conhecida como Passeio Professor Brilhante.

dados sobre o Professor Brilhante:

A nostalgia de um traço
por Paulo Pruss

Francisco Brilhante, o Professor Brilhante, nasceu no dia 02 de abril de 1901, o “velhinho simpático” habitava as escadarias da Igreja do Rosário, na Rua Vigário José Inácio, no centro de Porto Alegre, quem circulava pelo centro da cidade, nas décadas de 60 até 80, se lembrará, desta figura característica de nossa cidade, cavanhaque branco, óculos e boina. O inesquecível artista plástico permanecia nas escadarias da igreja, pintado retratos de todos que posavam para ele.

Falecido em 14 de junho de 1987, deixou, devido ao seu intenso trabalho e ao longo dos cinqüenta anos de produção, mais de 40 mil quadros pintados, espalhados pelo Brasil, retratou figuras ilustres como Mário Quintana, Borges de Medeiros, Pinheiro Machado, Getúlio Vargas, Washington Luis, Ildo Meneghetti, Monteiro Lobato, Érico Veríssimo, entre outros. Embora o seu foco, o seu forte, fossem as pessoas que pousavam para ele, em sua grande maioria habitantes de Porto Alegre, deixou algumas paisagens, sobretudo de nossa cidade.

Professor Brilhante foi um dos artistas mais populares da cidade, dizia ele: “ a pintura não me deu dinheiro, vivo com pouco, mas em compensação, trabalhar da forma que escolhi me ensinou a viver e conhecer os homens”.

Formou-se em Artes Plásticas na Universidade do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, no ano de 1920, aperfeiçoado suas experiências, mais tarde, no Rio de Janeiro, capital na qual permaneceu cerca de quatro anos. Regressou a Porto Alegre, sua terra natal, onde recomeçou seus trabalhos nas Praças da cidade, fixando-se nas escadarias da Igreja por mais de 25 anos.

Muitas de suas pinturas, não necessitavam de modelo, eram realizadas com base em fotos 3×4, deixadas pelos fregueses. Utilizou, além das escadarias, as dependências da Igreja nas quais mantinha um ateliê para ministrar aulas, considerado com um estilo “parisiense” foi o precursor dos pintores de rua. Devido ao seu talento, o passeio localizado em frente ao McDonald’s, na Rua da Praia, e que abriga artistas de rua, recebeu o nome de nosso artista, Professor Brilhante. Ambos tiveram a honra de serem homenageados: o professor e o passeio. Também existe a Fundação Professor Brilhante, mesmo com esforços individuais, a cidade ainda não homenageou da forma como deveria ser este pintor inovador, o primeiro, o precursor, que sempre emprestava um certo charme a cidade uma ponta de romantismo, até este momento nenhum museu de Porto Alegre, mantém qualquer quadro do Professor Brilhante.


este texto foi tirado desse lugar:
http://www.falabomfim.com.br/2009/09/professor-brilhante/

O Professor Brilhante, visto por Bier



caricatura de Bier

O Professor Brilhante, visto por Anônio Carlos Mafalda


foto de Anônio Carlos Mafalda